sábado, 17 de maio de 2008

A Cecília foi feita para se amar!

Despedida

Por mim, e por vós, e por mais aquilo que está onde as outras coisas nunca estão, deixo o mar bravo e o céu tranqüilo: quero solidão.
Meu caminho é sem marcos nem paisagens. E como o conheces? - me perguntarão. -
Por não ter palavras, por não ter imagens. Nenhum inimigo e nenhum irmão.

Que procuras? Tudo. Que desejas? - Nada.
Viajo sozinha com o meu coração.
Não ando perdida, mas desencontrada. Levo o meu rumo na minha mão.

A memória voou da minha fronte. Voou meu amor, minha imaginação...
Talvez eu morra antes do horizonte. Memória, amor e o resto onde estarão?
Deixo aqui meu corpo, entre o sol e a terra. (Beijo-te, corpo meu, todo desilusão! Estandarte triste de uma estranha guerra...)

Quero solidão.

CECÍLIA MEIRELES.